O fim do
auxílio emergencial ajudará no controle da inflação, disse nessa sexta (11) o
ministro da Economia, Paulo Guedes. Em audiência pública virtual no Congresso
Nacional, o ministro também citou a aprovação do projeto de lei que concede
autonomia ao Banco Central (BC) como fator que reduzirá as pressões sobre os
índices de preços.
“Nós achamos
que esse aumento de inflação vai se dissipar. Primeiro, porque o presidente da
Câmara [dos Deputados, Rodrigo Maia] vai aprovar o Banco Central independente,
que vai impedir que essa alta transitória de preços prossiga. E, segundo,
porque a própria suavização do auxílio emergencial, na medida em que ele desce
e recai no Bolsa Família. Essa explosão de preços de construção civil, de
alimentos, se acalma um pouco”, declarou o ministro.
Guedes
criticou a demora na aprovação de medidas que reduzam os gastos públicos e
flexibilizem o orçamento. As reformas do pacto federativo e da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, paradas no Senado há um ano. Entre as reformas
fiscais, dois projetos, um que desvincula recursos parados em fundos públicos e
outro que institui um plano de recuperação fiscal para estados, aguardam
votação na Câmara.
Segundo
Guedes, a equipe econômica fez sua parte enviando as propostas ao Congresso.
Agora, cabe aos parlamentares destravar a pauta e votar os textos. “É
completamente insensato, quase desonesto, ficar cobrando coisas que já estão
entregues. É muito fácil disfarçar desentendimento político passando a conta
para quem já fez a sua parte. Não cobrem da economia. Quem faz o timing das
reformas é a política. Não adianta devolver a conta para a economia”, declarou.
O ministro também pediu empenho na aprovação da reforma tributária, que tramita em uma comissão mista especial do Congresso. Segundo Guedes, o debate está interditado por causa de acordos entre parlamentares da Mesa Diretora e partidos de esquerda. Ele também disse que acordos entre legendas de esquerda estão atrapalhando o cronograma de privatizações. “Como é que eu vou privatizar se não entra na pauta?”, questionou.